top of page

O STRESS DAS JANELAS

Atualizado: 8 de abr.



Quando começamos a trabalhar na construção civil os tempos e prazos eram outros. Havia uma etiqueta de relacionamento com o cliente. Agendávamos um horário por telefone seja para uma visita, seja para definir um novo projeto. De um contrato à uma linda perspectiva tudo era manual e envolvia tempo e um certo silencio para executarmos a tarefa.


Depois, pelos anos 90 passamos toda a transição de compra de programas, aprender a usá-los, usar e-mails para envio e trocas de informação, o celular, tudo muito mais ágil e eficiente. Toda tecnologia nos foi apresentada com o propósito de trabalharmos menos, ter mais tempo livre para o lazer e atividades prazerosas. Quando perdi o primeiro contrato porque outro profissional apresentou 2 opções de projetos em perspectivas renderizadas, antes de ter apresentado o preço do serviço, percebi que a selvageria começara. Não era mais o tempo e a dedicação em criar uma solução significativa que contava! Mas, sim a resposta mais rápida, mesmo que ilusória. E, os brasileiros adoram uma ilusão.


Atualmente a ilusão está focada no orçamento mais rápido, na pressão insistente via WhatsApp, como se mesmo usando computadores e celulares, pudessem passar o problema adiante e reclamar da ineficiência alheia. Ora, recentemente levei 2 dias entre comunicações, pesquisas e tentativas de elaborar uma Anotação de Responsabilidade Técnica - ART simplesmente porque o CEP fornecido estava errado e como o endereço era uma avenida longa, haviam vários CEPs. O sistema eficiente não aceita o CEP errado! E mesmo com boa vontade demoramos para solucionar. Quando era feita à mão, nunca uma ART levaria esse tempo.


Hoje é fácil um cliente te despejar uns 15 arquivos pesados no teu celular e achar que tens a obrigação de abri-los imediatamente, analisá-los e responde-los com brevidade. Contudo, receber uma planta de cargas com erros de soma inacreditáveis já não me surpreende mais. Assim, haja pressão, trabalho e retrabalho até que você descubra o problema. Fala-se tanto em empatia, mas a pessoa que nos envia a mensagem pensa que ela é nosso único objetivo na vida. Não vê que se conquistamos alguma autoridade técnica, nossa agenda é lotada, que nosso tempo é precioso. Que temos que lidar com falhas de comunicação banais e com uma ansiedade fenomenal em cada contato.


Esses fatores me fazem cada vez mais empolgada com o tema Inteligência espiritual, entender a dor do cliente é o primeiro passo para criar a solução. A urgência que ele te coloca, normalmente, está associada a uma serie de escolhas precipitadas.

Quando negligenciamos o que importa, acabamos por acumular urgências.


Lembro de meu pai, na sua empresa e com seus filhos repetia uma frase:

Você traz a solução ou faz parte do problema!


Então: Quer mudar a sua vida?


Comprometa-se! Seja com um sorriso no rosto, com gratidão pelo que você ainda não tem, mas principalmente com a sua parte na construção do todo.


Ane Kieling – Palestrante, Arquiteta – Sócia da Cerutti Engenharia e estaqueamento

bottom of page