AS ÁGUAS DE MAIO
- comercial90984
- 5 de mai.
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Faz um ano que a vida mudou...E, para alguns radicalmente.


As águas levaram bens materiais, lembranças, levaram vidas. Levaram a vida que a gente levava: o trabalho, a escola, o vizinho, a ponte, a estrada, a paisagem.
Faz um ano que muitos gaúchos perceberam o quanto são órfãos do estado.
Quantos ainda aguardam com esperança, receber a sua casinha de volta? Sonham com um uma chance, um afeto, uma compaixão. Imaginam em receber do estado um pouco do muito que colaboraram através da pesada carga tributária. Alguns tiveram a sorte de ser apadrinhados por famosos e anônimos. Já que sim, a doação foi gigante e demostrou a generosidade do povo brasileiro.
Lugares como o Arroio do meio, Muçum, Cruzeiro do Sul, Roca Sales, Sinimbu, me tocam especialmente. Eram cidades pitorescas onde um povo simples vivia uma vida singela, mas de invejável de qualidade. Eram lugarejos nos faziam questionar:
- Porque ainda moro num lugar tão agressivo? Eram, sem dúvida, lugares bons de viver.
Pois, a chuva veio e as águas levaram essa magia. Restaram ruínas e a resiliência de um povo que espera por suas casas, que ainda acredita no governo, que confia no que contribuiu e confia no retorno. Sim, eles merecem! Esse povo tem todo o direito de sonhar com as suas casas. Um povo trabalhador, que pagou durante toda a sua vida quase 50% de imposto sobre tudo aquilo que produziu e consumiu.
Ano passado conhecemos a força do JUNTOS! Com ela salvamos, resgatamos e auxiliamos. Alguns já compreenderam a lição... Outros ainda não despertaram...
Logo, aqueles que pouco fizeram, estarão pedindo novamente nosso voto. A quem delegaremos a liderança? Continuaremos escolhendo com a paixão de quem escolhe um time de futebol? Paixões custam caro demais!
Que o digam essas vidas afetadas pela enchente, pois elas continuam precisando de alguém que as enxerguem.
Se uma foto vale por mais de mil palavras. Quando vejo as imagens da Denise, percebo a dor, a compaixão, a saudade e o desalento de não saber como ajudar.
Como fazer para minimizar a dor daqueles que perderam tanto?
Bem, se depender de mim, da Denise, de tantos que fizeram tanto...
Não serão esquecidos!
Alguém mais está JUNTO?
As imagens serão da Denise Wichmann

Ane Kieling – Palestrante, Arquiteta
Sócia da Cerutti Engenharia e estaqueamento
e-mail ane.kieling@gmail.com
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