"O sucesso é uma experiência coletiva." Beto Pandiani

Meu plano de escrever nessa sexta-feira estava quase fracassando quando li essa frase, no post do Beto. (o link está no final do texto)

A frase resumiu o que eu percebo com minha sensibilidade, com minha visão de mundo e as pequenas experiências de quem não foi muito além da sua aldeia. Contudo, o Beto tem a autoridade de quem largou o sucesso empresarial para correr atrás dos sonhos, viveu as aventuras mais incríveis e, principalmente, voltou vivo para contar.

Semana passada Novo Hamburgo fez 98 anos e novamente passa por uma crise. Ora, para quem se formou em 1985, crise sempre foi uma palavra muito presente na vida profissional. Mas, ao contrário de anos anteriores, a crise atual atinge gravemente a cultura.

Desde o ano passado, após as cheias de maio, tudo está em suspenso. Foram canceladas: a feira do livro, o Natal, o Carnaval e a Orquestra. O que deixou muitos grupos descontentes.

Obviamente, surgiram embates políticos! 

Obviamente, eu como sempre, vi com outras lentes!

Há tempos que a feira do livro por aqui andava meio "chinfrim", algumas poucas bancas com uns poucos autores, nada parecido com a vibração de outrora. O Natal tem tanta concorrência regional que nem me liguei da falta que faria para as crianças, para aqueles que não oportunidade de passear nas cidades vizinhas. Sobre o carnaval nos últimos anos, só sabia pelo jornal, embora eu goste de samba! 

Mas, quando o corte atingiu a orquestra soou como um alarme! Com ou sem poder público a música não pode parar. A música diz muito sobre a cidade: ela fala de unidade, de sensibilidade, de harmonia, fala de valores, de ritmo, de vibração, fala de dedicação e treino. E subliminarmente reflete a sua comunidade, seja ela os músicos, a plateia, os cidadãos e os políticos...

Pensei: Que oportunidade de buscar um consenso! Que ocasião de reunir todo esse universo criativo que se uniu pela cultura!

Talvez seja apenas sonho de cooperativista que acredita no melhor do ser humano...

Tenho plena consciência do quanto é difícil fazer com que as pessoas larguem o drama pessoal e a dimensão emocional. O vício do poder e do sectarismo está plantado no centro de cada indivíduo, que não consegue ver a realidade sob outra perspectiva.

Vejo, contudo que se quisermos, música, literatura, cultura e arte precisamos nos lembrar dos ancestrais dessa comunidade: Cada escola, igreja, clube de canto ou esporte, no passado, foi construído por pessoas que sonharam e se uniram para edificarem uma nova realidade... 

Os políticos sempre vieram de arrasto na esteira das lideranças visionárias. E SIM! Isso temos e sempre tivemos! Se tem algo que diferencia essa cidade é a capacidade de se unir para conquistar objetivos comuns. 

Nada caiu dos céus! Nada foi presente de políticos “bonzinhos”.

Tudo foi fruto da união da comunidade - COM' Unidade. 

Como diz o Beto Pandiani:

“O sucesso é uma experiência coletiva. Já o fracasso é a escolha do indivíduo.”

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Ane Kieling – Palestrante, Arquiteta

Sócia da Cerutti Engenharia e estaqueamento

e-mail ane.kieling@gmail.com