Na terça-feira passada realizei um sonho impossível. Aliás, não fui eu, quem conquistou esse feito, foram as cinco atletas da ginástica artística brasileira: Rebeca, Flavinha, Jade, Lorrane e Júlia.
Quando eu criança aqui na minha cidade existia uma coisa rara no Brasil, um clube e uma escola que valorizavam a ginástica, tínhamos equipamentos como o cavalo a trave, barras paralelas, argolas e cavalo com alças para que as meninas e os rapazes fazer pudessem fazer seus treinos de ginástica. Por pouco tempo participei do grupo, enquanto a altura permitiu, pois posteriormente fiquei alta demais para a ginástica.
Porém, em meio a uma conversa pós-treino, eu ouvi uma afirmação de um treinador: nunca o Brasil chegará numa final olímpica na ginástica. Fiquei indignada e triste: nunca é tempo demais e não acreditar que algum dia alguém atingiria esse sonho por nós também!
Já não gostava da palavra impossível aos 12 anos, embora sabia que não seria para mim, sempre desejei que alguém mudasse esse destino. Muitos anos depois, quando surgiu a gaúcha Daiane dos Santos fiquei muito emocionada e extasiada com o seu desempenho. Ela se tornou a minha primeira heroína. Ela foi a primeira atleta a mostrar que era possível uma brasileira vencer na ginástica olímpica e provou o que sempre acreditei.
Pois, essa semana, fazem 50 anos depois do impossível, nossas ginastas conseguir atingir mais um nível, a fantástica etapa de levar um time ao pódio. Esse bronze vale ouro, o ouro do pioneirismo. Infelizmente no Brasil temos tendência a um complexo de não achar que merecemos, que o sucesso não nos pertence, contudo as cinco jovens mulheres mudaram nossa história a partir de agora é possível sim!
O quanto é importante o fato de mostrar que é possível! Como muitas vezes nem percebemos o valor do pioneirismo. Porque não valorizamos aqueles que se lançam a frente das mudanças.
Durante muitos anos eu persegui um primeiro lugar até me dar conta que já tinha três: eu havia conquistado a liderança em espaços que muitas mulheres não se atreviam, hoje é normal a sua presença.
Normalmente não se valoriza o pioneirismo e não interessa aonde ou no quê, toda vez que um ser humano conquista ou faz algo fora do paradigma comum, ele é um pioneiro. E pioneiros mantém o primeiro lugar para sempre! Outros poderão atingir metas mais altas, conquistas grandiosas, e remunerações melhores, mas nunca terão o prêmio de terem feito primeiro.
Na pessoa da Rebeca Andrade quero honrar essas pioneiras. Admiro profundamente todos atletas que se dedicam com tanto afinco nas competições. Tornar-se vitorioso exige abnegação, energia, foco e dedicação extrema. Hoje sabemos que embora tenhamos muitas dificuldades estruturais a serem superadas, não temos mais o impossível pela frente. Muitas vezes temos que esperar algumas gerações, mas os sonhos coletivos acabam por se tornar realidade.
E, o melhor de tudo é que meu treinador estava errado! O Brasil conquistou um lugar de respeito nesse lindo esporte e a homenagem das americanas Simone e Jordan reforça isso.
Essas cinco jovens tornaram meu sonho de menina possível! E, juntas com Daiane, vocês todas serão para sempre minhas heroínas.
Gratidão, o impossível se transformou em possível!
Créditos de imagem : Gaspar Nóbrega/COB
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