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Essência construtiva



Chovia novamente no Rio Grande do Sul quando comecei a escrever esse texto e a chuva por aqui, depois das tragédias, nos coloca no mínimo reflexivos, outros em alerta e alguns em pânico.


Produzir anda bem complicado, pelo menos para nós que trabalhamos a céu aberto, imagino para quem tem que reconstruir tudo... Muitos de nossos clientes tiveram suas indústrias duramente afetadas, além da limpeza, serão meses de manutenção de máquinas e equipamentos. E ainda terão que investir na cura dos traumas que certamente os atinge.

Podemos ser fortes e aguerridos como nosso hino, mas continuamos humanos e complexos. Os efeitos emocionais das múltiplas perdas, o enfrentamento do lodo fétido que invadiu nossas vidas vai além das ruas e prédios, mexe com nosso ser inteiro.


Bem, acima de tudo, é tempo de despertar da nossa essência construtiva como quem deixa raiar o sol dentro de si.


Essência construtiva é nossa capacidade criativa de achar caminhos e soluções.

Inicialmente reporta a nossa capacidade de se manter íntegro diante de momentos críticos, segue através da habilidade de adaptação e contorno dos obstáculos surgidos na vida, e na forma de enfrentá-los com criatividade e resiliência.


Os desafios atuais aqui no estado estão nos exigindo uma capacidade de superação ímpar!

Primeiro de nossas crenças pessoais, pois o mundo que conhecíamos mudou, muito do que era óbvio até 60 dias atrás, hoje é impossível, roteiros e métodos terão que ser revisados.

Não atoa, a palavra engenho deriva do latim ingenium que se referia tanto ao talento quanto a habilidade de criar e construir equipamentos e dispositivos que facilitam a vida humana, muitas soluções magníficas poderão surgir desse momento de crise. Muitas empresas mudarão a forma de se relacionar com colaboradores e clientes, outras passarão por uma profunda modernização que trará resultados futuros.


Teremos todos que ser engenhosos e cooperativos se quisermos nos manter motivados, mas essa essência construtiva é uma característica herdada dos povos que começaram a desembarcar por aqui há 200 anos. A industrialização começou no Brasil após a chegada dos primeiros imigrantes. Imigrantes que trouxeram a uma terra inóspita uma visão de mundo diferente: saber ler e a importância do estudo para suas crianças, a força do trabalho e o poder da união comunitária para garantir conquistas e evoluir.


Se as dificuldades são grandes, nada são perto do que esse povo enfrentou. Cada um de nós é mais forte do que acredita e ainda nos resta a capacidade nata de cooperar, hora de despertar a sua, a nossa essência construtiva.


Ane Kieling – Palestrante, Arquiteta – Sócia da Cerutti Engenharia e estaqueamento



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